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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Fundação da Criança e do Adolescente-FUNDAC


Quando se fala em trabalho nos centros de atendimento a crianças e adolescentes infratores, na visão geral da sociedade, é inevitável a associação da imagem de advogados, policiais, psicólogos e são poucos os que sabem que professores exercem atividades importantes nestas instituições.
Concomitantemente as atividades na escola em Caetés, em 2002, realizei um trabalho junto à FUNDAC como educadora social da medida socioeducativa de Liberdade Assistida prevista no artigo 112, inciso IV do Estatuto da Criança e do Adolescente. Este trabalho consiste em acompanhar adolescentes que cometeram ato infracional que por progressão de medida ou até mesmo como proteção precisam ser assistidos por um profissional que acompanhe o seu dia-a-dia e o auxilie no convívio familiar, na escola e oriente-o a construir um novo projeto de vida. Acredito que seja a Medida Socioeducativa mais importante, pois com investimento necessário, este trabalho evita que muitos jovens trilhem o caminho da marginalidade não necessitando portanto, do atendimento destes centros de recuperação, mas como no nosso país investimento em educação e assistência social não acontece efetivamente (estou tentando não perder a elegância!!!) a L.A. dependia e acredito que ainda depende da visão de pessoas que se comprometem a fazer o seu trabalho bem feito. A princípio a FUNDAC respondia por esta medida e depois a Prefeitura de Garanhuns assumiu o compromisso, isso claro, com muita luta de pessoas como D. Eluziane, D. Mirtes e tantas outras que não me recordo. (isso é péssimo: desprestigiar figuras importantes, mas se a memória não fosse falha não estaria escrevendo agora!)
Éramos uma turma grande, na maioria amigos de faculdade que topamos o desafio trabalhando por muito tempo sem receber a bolsa-auxílio, o que comprometia seriamente o trabalho, mas a experiência que ganhei não tem preço. Foi por conta deste trabalho que tive o primeiro contato com a Justiça e um dia em conversa com a amiga Viviane Rocha confessamos o desejo de fazer o curso de Direito e olha eu aqui já no IV período! Também não poderia deixar de falar da minha amiga Flávia Maria que não está mais conosco. Ela era uma das pessoas mais dedicadas da L.A. e fazia o trabalho com muito amor.
Passei aproximadamente dois anos e acompanhei alguns jovens que em sua maioria não tiveram finais felizes. Foi muito triste e chocante, em alguns momentos, está em contato com um universo de total carência de coisas básicas da vida como: se alimentar, ter apoio familiar, poder sorrir... e era nestes exatos momentos que eu percebia o quanto era feliz. Dedico este momento de reflexão e recordação a minha amiga Flávia que descobriu muito cedo o que era a felicidade, talvez por saber que não tinha muito tempo por aqui...

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